27/05/2024
Lisboa, 27 de maio - Os Bancos Alimentares Contra a Fome recolheram no passado fim-de-semana um total de 1.755 toneladas de géneros alimentares na campanha realizada em mais de 2.000 superfícies comerciais de todo o País, a que acrescerão ainda as doações online e através de vales disponíveis nas lojas, ainda não contabilizadas nessa quantidade.
Os resultados desta recolha, subordinada ao mote “A sua ajuda pode ser o que ainda faz falta à mesa de uma família”, representam um acréscimo em relação ao valor da Campanha homóloga do ano passado, num fim-de-semana marcado pela coincidência com diversas atividades, como a final da taça de futebol, concertos, queima das fitas, confirmando assim quer a solidariedade dos portugueses, quer a confiança renovada nos Bancos Alimentares contra a Fome.
“É com enorme gratidão e alegria que registamos, uma vez mais, a adesão dos portugueses à Campanha de recolha de alimentos do Banco Alimentar que decorreu no fim-de-semana: muitos foram os voluntários a dar o seu tempo, os doadores a contribuir, as empresas e entidades que apoiaram com serviços, bens, transportes, seguros, publicidade, cedência de profissionais qualificados e de equipamentos, etc. Em tempos de grande ansiedade e alguma incerteza como os que vivemos, enche-nos o coração verificar que se mantêm firmes e inalterados nos portugueses valores tão essenciais como os da solidariedade, da participação cívica ativa, com uma atenção grande a um problema coletivo que não nos pode deixar indiferentes: as carências alimentares que afetam tantas famílias ”, afirmou Isabel Jonet, Presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome, que sublinhou ainda o total alinhamento desta ação mobilizadora da sociedade civil com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
Todas as pessoas que não tiveram oportunidade de doar alimentos no fim de semana, podem ainda, ao longo da próxima semana, até 2 de junho, contribuir online, no site http://www.alimentestaideia.pt, a plataforma de recolha de alimentos na internet.
Prossegue também até à mesma data a Campanha “Ajuda Vale”, nas lojas Pingo Doce, Dia/Minipreço, El Corte Ingles, Auchan e Lidl, com cupões-vale de produtos selecionados (azeite, óleo, leite, salsichas, atum e esparguete).
Cerca de 40 mil voluntários disponibilizaram algum do seu tempo durante o fim-de-semana para participar na campanha de recolha. Tarefas como a presença nos estabelecimentos comerciais, o transporte, pesagem e separação dos produtos, foram integralmente asseguradas por voluntários, confirmando, assim, a adesão entusiástica ao projeto do Banco Alimentar Contra a Fome. Os géneros alimentares recolhidos serão distribuídos a partir da próxima semana a mais de 2.400 Instituições de Solidariedade Social, que os entregam a cerca de 360 mil pessoas com carências alimentares comprovadas, sob a forma de cabazes ou de refeições confecionadas.
Existem atualmente 21 Bancos Alimentares Contra a Fome (Algarve, Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Cova da Beira, Évora, Leiria-Fátima, Lisboa, Oeste, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal, S. Miguel, Viana do Castelo, Viseu, Terceira, Madeira), cuja atividade se prolonga ao longo de todo o ano. Para além das campanhas de recolha em supermercados, organizadas duas vezes por ano, os Bancos Alimentares recebem, diariamente, excedentes alimentares doados pela indústria agro-alimentar, pelos agricultores, pelas cadeias de distribuição e pelos operadores dos mercados abastecedores.
São recuperados produtos alimentares que, de outro modo, teriam como destino provável a destruição. Estes excedentes são recolhidos localmente e a nível nacional no estrito respeito pelas normas de higiene e de segurança alimentar. Deste modo, para além de combaterem de forma eficaz as carências alimentares, os Bancos Alimentares Contra a Fome lutam contra uma lógica de desperdício e de consumismo, apanágio das sociedades atuais.
Em 2023 os vinte e um Bancos Alimentares Contra a Fome operacionais distribuíram um total de 25.758 toneladas (com um valor global estimado superior a 39,4 milhões de euros), ou seja, um movimento médio de 103 toneladas por dia útil.
Os Bancos Alimentares Contra a Fome distribuem, ao longo de todo o ano, os géneros alimentares recolhidos nestas Campanhas e ainda excedentes da indústria, da agricultura, dos mercados, etc., em parceria com Instituições de Solidariedade Social acompanhadas na sua atividade. Estas asseguram um acompanhamento muito próximo e individualizado de cada pessoa ou família necessitada, de forma a ser possível efetuar, em simultâneo, um verdadeiro trabalho de inclusão social. A alimentação é entregue sob a forma de cabazes de alimentos ou de refeições confecionadas servidas em lares, creches, centros de dia, apoio domiciliários, a pessoas sem abrigo, etc.
A atividade dos Bancos Alimentares norteia-se pelo princípio genérico da “recolha local, ajuda local”, aproximando os doadores dos beneficiários e permitindo uma proximidade entre quem dá e quem recebe. Possibilita o encontro entre voluntários e instituições beneficiárias, por um lado, e entre fornecedores da indústria agro-alimentar, empresas de serviços, poderes públicos e o público em geral, em especial durante os fins-de-semana das campanhas de recolha, em que todos trabalham lado a lado por uma causa comum: a luta contra as carências alimentares e a fome.
Em 1991, foi aberto em Portugal o primeiro Banco Alimentar Contra a Fome e estão atualmente em atividade no território nacional 21 Bancos Alimentares, congregados na Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares, com o objetivo comum de ajudar as pessoas carenciadas, pela doação e partilha.
Para mais informações sobre a campanha, contactar:
Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome: www.bancoalimentar.pt - 91 900 02 63